
O ar é cortado pelas fitas coloridas balançantes das violas. Ói o respeito, minino! E o menino cansado beija outra Bandeira. Qui deus ti bençoa, fiu, ri a Alferes da Bandeira acarinhando a cabeça da criança. As Companhias se apresentam e contam de um deserto palestino os lamentos, prolongados pela terceira voz, de um sertão americano. São muitos e variados nas cores, os três descendentes de Noé. E o dia é todo pedidos e agradecimentos. Os palhaços transitam livres pelas máscaras e pela pinga. Dançam batendo os pés e lutam com as espadas de madeira chacoalhando os embornais, tilintando as moedas. Moedinha pro paiaço, madrinha! As moedas rodam pelo chão e as botinas pisam duro, empurram, ganham e perdem na brincadeira. Ói madrinha, diz só o nome qué preu gravá qui no coração. E andando entre eles, que posam tão prontamente pra câmera, que se ritmam pelos bandolins, violas, violinos, sanfonas, pandeiros, fitas, imagens, bordados, flores de cores intensas e de plástico, que bebem e abençoam, descansam nas sombras das árvores o cansaço da festa que é trabalho e devoção, se entende que a melancolia e o lamento podem ser de uma particular alegria.