Descontínuo Reverso

Fotografia: Chema Madoz (Espanha, 1958).

domingo, 7 de outubro de 2007

Interior 2

Foto: Juan Rulfo (México, 1917-1986). Casa, barda y árbol.


Pelos pastos, esparsas árvores. Muitas Farinhas-Secas com seus troncos claros sinalizando a vista de quem vai pela estrada no começo da manhã. Ondulações ligeiras da terra permitem que se aviste os ocos onde se escondem riachos raquíticos e bois deitados. Coqueiros recorrentes. Bambuzal. Com intervalos de cercas, hortas e galinheiros, casas de tábuas de pintura velha com alguma mulher que varre a terra da frente da porta da cozinha guardada pelo Chapéu-de-sol e pela Primavera carregada de flores cor-de-maravilha. O dia desce, mas o sol não consegue romper a poeira que é redoma nos horizontes. O calor paralisou o tempo no meio do nosso peito e é difícil de respirar. As laranjeiras. Um homem a cavalo chega na beira da estrada. Vê que do carro alguém olha. Segura firme as rédeas do animal que entorta o passo pra direita, e acena com o chapéu e o sorriso. A cana enrodilhando vilarejos. Um Tietê calmo e ondulante, que ainda não sabe da cidade de São Paulo, se estende longe e largo. Tanta água parece destoar. Ser pra ela mesma. Isolamento que arrebata o pensamento.

2 comentários:

Anônimo disse...

sempre gostei
la primavera
en assis debe ser lindo, lindo
un compañero
que mira desde el
SUR

priscila miraz disse...

sí, es hermosa la primavera de assis, pero hace aquel calor que bien conoces...
gacias por venir.